
BORBOLETAS BRANCAS
A noite cai já nebulosa e arroxeada. Vagas claridades malvas e verdes e, permanecem ainda por detrás da torre e da igreja. O caminho sob cheio de sombras, de campânulas, de fragrância de capim, de canções, de cansaço e de anseio. Logo, um homem obscuro, de gorro na cabeça e espeto na mão, o rosto feio momentaneamente avermelhado pela luz do cigarro, desce até nós de uma choupana miserável, perdida entre sacos de carvão.
Platero se amedronta.
- Alguma coisa?
- Veja o senhor... Borboletas Brancas...
O homem quer cravar o espeto de ferro no cesto, e não o detenho. Abro o alforje e ele não vê nada. E o alimento ideal passa, livre e cândido, sem pagar imposto...
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